Caboclos Boiadeiros
Os Caboclos são entidades fortes, viris. Alguns têm algumas dificuldades de se expressar em nossa língua, sendo normalmente auxiliados pelos cambonos. São sérios, mas gostam de festas e fartura. Gostam de música, cantam toadas que falam em seus bois e suas andanças por essas terras de meu Deus. Os Boiadeiros também são conhecidos como “Encantados”,pois segundo algumas lendas, eles não teriam morrido para se espiritualizarem, mas sim se encantados e transformados em entidades especiais.
Os Boiadeiros também apresentam bastante diversidade de manifestações. Boiadeiro menino, Boiadeiro da Campina, Boiadeiro
da Campina, Boiadeiro Bugre e muitos outros tipos de Boiadeiros, sendo que alguns até trabalham muito próximos aos Exus.
Suas cantigas normalmente são muito alegres, tocadas num ritmo gostoso e vibrante. São grandes trabalhadores, e defendem a todos das influências negativas com muita garra e força espiritual. Possuem enorme poder espiritual e grande autoridade sobre os espíritos menos evoluídos, sendo tais espíritos subjugados por eles com muita facilidade.
Sabem que a prática da caridade os levará a evolução, trabalham incorporados na Umbanda, Quimbanda e Candomblé. Fazem parte da linha de caboclos, mais na verdade são bem diferentes em suas funções. Formam uma linha mais recente de espíritos, pois já viveram mais com a modernidade do que os caboclos, que foram povos primitivos. Esses espíritos já conviveram em sua ultima encarnação com a invenção da roda, do ferro, das armas de fogo e com a prática da magia na terra.
Saber que boiadeiros conheceram e utilizaram essas invenções nos ajuda muito para diferenciarmos dos caboclos. São rudes nas suas incorporações, com gestos velozes e pouco harmoniosos. Sua maior finalidade não é a consulta como os Pretos-velhos, nem os passes e muito menos as receitas de remédios como os caboclos, e sim o “dispersar de energia” aderida a corpos, paredes e objetos. É de extrema importância essa função pois enquanto os outros guias podem se preocupar com o teor das consultas e dos passes, existe essa linha “sempre” atenta a qualquer alteração de energia local (entrada de espíritos).
Quando bradam alto e rápido, com tom de ordem, estão na verdade ordenando a espíritos que entraram no local a se retirar, assim “limpam” o ambiente para que a prática da caridade continue sem alterações. Esses espíritos atendem aos boiadeiros pela demonstração de coragem que os mesmos lhes passam e são levados por eles para locais próprios de doutrina.
Em grande parte, o trabalho dos Boiadeiros ”e no descarrego e no preparo dos médiuns. Os fortalecendo dentro da mediunidade, abrindo a portas para a entrada dos outros guias e tornando-se grandes protetores, como os Exus.
Outra grande função de um boiadeiro é manter a disciplina das pessoas dentro de um terreiro, sejam elas médiuns da casa ou consulentes. Costumam proteger demais seus médiuns nas situações perigosas. São verdadeiros conselheiros e castigam quem prejudica um médium que ele goste. “Gostar” para um boiadeiro, é ver no seu médium coragem, lealdade e honestidade, aí sim é considerado por ele “filho”. Pois ser filho de boiadeiro não é só tê-lo na coroa.
Trabalham também para Orixás, mais mesmo assim, não mudam sua finalidade de trabalho e são muito parecidos na sua forma de incorporar e falar, ou seja, um boiadeiro que trabalhe para Ogum é praticamente igual a um que trabalhe para Xangô, apenas cumprem ordens de Orixás diferentes, não absorvendo no entanto as características deles.
Dentro dessa linha a diversidade encontra-se na idade dos boiadeiros. Existem boiadeiros mais velhos, outros mais novos, e costumam dizer que pertencem a locais diferentes, como regiões, por exemplo: Nordeste, Sul, Centro-Oeste, etc…
Os Boiadeiros representam a própria essência da miscigenação do povo brasileiro: nossos costumes, crendices, superstições e fé.
A linha dos boiadeiros
A linha dos boiadeiros é uma das mais conhecidas e uma das mais importantes linhas de Umbanda, devido a importância e necessidade de se desenvolver e trabalhar com essa maravilhosa linha.
A linha dos boiadeiros é composta por homens que em vida trabalharam com gado, guiando suas boiadas, depois de desencarnados muitos destes bravos homens aceitaram trabalhar na Umbanda, agora, ao invés de laçar e guiar para um local bois e vacas, são espíritos mais endurecidos, obsessores(kiumbas), vampiros astrais entre outros…
Essa entidade é muito requisitada em trabalhos de desobsessão, pois laçam esses obsessores e levam eles para o local de seu merecimento (cuidados nas colônias espirituais ou de volta as camadas inferiores).
Segundo pesquisa de Estudiosos de teologia umbandista foi relatado que existem algumas “categorias” de boiadeiros,entre elas :
–Boiadeiros laçadores : boiadeiros que,quando estão em terra giram o braço como se estivessem com um laço na mão (e realmente estão!), são estes os boiadeiros que laçam os kiumbas.
–BoiadeirAs (mulher) : foi constatado em muitas casas médiuns que trabalham com boiadeiras , geralmente são poucos os casos de médiuns que trabalham com elas, talves pelo fato de que antigamente era muito raro ter mulheres trabalhando no manejo de gado (lembrando que a força de uma boiadeira é tão forte quanto a de um boiadeiro!).
–Boiadeiros de berrantes : boiadeiros que,quando em terra costumam soltar um brado forte e vibrante, estes com seu brado, afastam os kiumbas e dissolvem qualquer miasma de negatividade que possa estar ou no local ou com alguém que esteja no local.
“Realmente, quem nunca sentiu o coração vibrar e um arrepio forte com um brado de um boiadeiro???”
Alguns nomes de boiadeiros: Zé do laço, Capitão do mato,Zé vaqueiro, Cerca viva,chicote bravo, Zé do berrante, Maria do laço, Boiadeira das matas, entre tantos…
“Seu boiadeiro,por aqui choveu
choveu que água rolou
foi tanta água que o seu boi nadou”
Saravá Sr. Boiadeiro,meu amigo meu irmão, meu companheiro de todas as horas, aquele que me protege, me rege e me guarda !!!
Boiadeiros :
Comprimento: Getrua, Xeto marrumba xeto
Bebidas : Cerveja branca
Fumo: Charutos
Objetos de trabalho : chicote, laço
Objetos de vestimenta : Chapéu, berrante, capa (em alguns casos)
Reflexão
Um homem sussurrou:
– Deus, fale comigo.
E um rouxinol começou a cantar.
Mas o homem não ouviu.
Então o homem repetiu:
— Deus, fale comigo!
E um trovão ecoou nos céus.
Mas o homem foi incapaz de ouvir…
O Homem olhou em volta e disse:
– Deus, deixe-me vê-lo.
E uma estrela brilhou no céu.
Mas homem não a notou.
O homem começou a gritar:
– Deus, mostre-me um milagre
E uma criança nasceu
Mas o homem não sentiu o pulsar da vida…
Então o homem começou a chorar e a se desesperar:
– Deus, toque-me e deixe-me sentir que você está aqui.
E uma borboleta pousou suavemente e em seu ombro.
O homem espantou a borboleta com a mão e, desiludido,
continuou o seu caminho…
…Será que nós estamos preparados para perceber que
nem sempre o caminho que esperamos encontrar é o que
buscamos?
Será que não conseguimos vislumbrar outros caminhos que
se nos apresentam no nosso caminhar pela vida,
endurecidos na desilusão de nossas expectativas?
Será que não conseguimos perceber que a felicidade está
presente em caminhos diversos, e quanto a vida é rica de
oportunidades e que Deus está presente em cada partícula
do Universo.
E mesmo assim ficamos cegos à sua presença porque sua
manifestação não é como a esperávamos?
Pensem nisso, amigos. E vamos em busca da felicidade,
que se encontra, quem sabe, onde menos a esperamos:
DENTRO DE NÓS MESMOS…
PERMITA QUE DEUS FAÇA MORADA
EM SEU CORAÇÃO E EM SUA VIDA ! ELE TE AMA……
Nesse dia 2 de fevereiro,
os Candombles e algumas casa de Umbanda comemoram o dia da Rainha do Mar, minha Mãe Iemanjá, sicretizada nesse dia como Nossa Senhora dos Navegantes.
Nesse periodo acontecem procissões e festejos, por todo o litoral brasileiro. Iemanjá é um dos Orixás mais cultuados e o mais comemorado aqui no Brasil.
É festejada em Dezembro, no final do ano, em 2 de fevereiro e em 15 de agosto, em alguns trreiro de Umbanda (nossa casa, por exemplo), quando Iemanjá é sincretizada, como Nossa Senhora da Gloria, ou dia da Assunção de Nossa Senhora. Iemanjá é considerada, a mãe de todas as cabeças, na mitologia Yorubá é a mãe de diversos Orixás, como Oxossi, Ogum e Exu. No Brasil, foi a ela atribuido o reino dos mares, pois segundo a lenda era ela quem protegia os negros escravos vindos da África, nos navios negreiros. Conhecida também como Janaína, Inaê, Sereia, Rainha do Mar, entre outros. Ela chefia a Linha das Águas na Umbanda. Iemanjá é a Orixá da harmonia familiar, da criação, regendo a criatividade. Também considerada Orixá da maternidade, Mãe amorosa com seus filhos. Diz-se que é Iemanjá quem segura a cabeça do rescem nascido, na hora do parto. Dessa Linha, também estão as Orixás: Oxum, Nanã e algumas Iansãs. Apesar que as duas Últimas correspondem a Linha das Almas (com Obaluaê/ Omulú) e da Lei (com Ogum. Somente Iansã). A Linha da Águas representam também todo o Povo das Àguas, como Marinheiros e Marujos, Ondinas e Sereias. O dia da semana dedicado a Iemanjá é o Sábado. Suas cores são o Azul claro, o branco, o prata e o verde água. Usa-se mais comumente na Umbada o Azul Claro. Suas oferendas são rosas brancas,palmas brancas, velas azuis ou brancas, manjar branco, arroz doce, perfumes, cidra, espelhos. Suas frutas são melancia, graviola e uvas brancas Comidas: Manjar branco, Feijão branco com camarão, pescada assada, muqueca de peixe.arroz doce. Bebida: Sidra, Saudação, Odoiá! Odofeabá! Odociaba! Que em tardução livre significa: “Amada Senhora das àguas” Lembrando que cada casa de Umbanda, tem seu modo de Louvar, os Orixás.
Uma dica: Quando for fazer suas oferendas a Nossa Mãe Iemanjá, tome certos cuidados, em prol do meio ambiente. Afinal, a natureza é o ponto de força dos nossos Pais e Mães Orixás. Tome cuidado ao ascender velas, certifique-se que não há nada inflamávrl proximo ao locas. Ascenda a vela para Iemanjá em cima de um pedra ou cave um buraco na areia (isso também proteje a vela do vento).
Não deixe, garrafas, frascos, pratos, objetos plasticos na praia ou jogados no mar. Despeje o conteudo das garrafas ou frascos de perfumes, nas aguas do mar e jogue os recipientes no lixo. No caso de comidas, Procure fazer bandejas naturais, com folhas de bananeira. A Própria casa de melancia também serve como recipiente. Os espinhos das rosas devem ser sempre tirados.
Use a imaginação, e faça uma oferenda consciente.
Com o menor impacto ambienttal possível. Mãe Iemanjá agradece.
Abraços e muito Axé!