Características dos Caboclos na umbanda
Linha de Caboclos
São espíritos que em sua encarnação foram índios, oriundos das mais variadas regiões de nosso globo, plasmam-se como espíritos que viveram grande parte de sua vida ou toda a sua vida, na floresta, no bom relacionamento com a flora e fauna da região onde viviam.
Gostaria de fazer uma ressalva, que muitos índios, mesmo antes de entrarem em contato com a ciência do homem branco, possuíam uma cultura extremamente avançada, infestada de parábolas e excepcionais filosofias de vida, o interessante, é que muito desse conhecimento, assemelham-se à cultura oriental.
Na Umbanda, eles representam a jovialidade, a força, a juventude, o período mais longo de nossas vidas, onde adquirimos o senso de responsabilidade, formação sólida de caráter e onde toda a nossa inteligência e conhecimento transmutam-se em sabedoria. São espíritos que se apresentam de forma séria, exímios trabalhadores nas demandas, curas e limpezas etéreas, muitos caboclos apresentam-se como verdadeiros conselheiros, amigos, sempre dispostos a fornecer uma palavra de coragem e ânimo, outros caboclos já não são muito de consultas, atuam mais no desmanche de feitiços e outras cargas deletérias que absorvemos direta ou indiretamente do astral.




Muitos são os espíritos que atuam sob essa roupagem fluídica, costumo dizer que o caboclo é o alicerce de uma casa de Umbanda, dentro de minha crença, são as entidades que têm total autonomia sobre os exus.
Os caboclos, dependendo da vibração da qual estão imantados, ou seja, energizados, apresentam uma característica diferente, como citado acima. Gostaria apenas de salientar que todos os caboclos possuem a sua vibração original, mas isso não impede que ele possa atuar sobre outras vibrações, por exemplo, o senhor Pena Branca é um caboclo onde sua vibração original é oriunda de Oxalá, mas já vi outros caboclos que trazem o mesmo nome, atuando sob a vibração de Oxossi ou até mesmo Ogum.
Ocorre muita confusão em relação a isso, outro exemplo típico é o Sr. Pena Dourada, originalmente ele é de Oxum, mas já o vi atuando também em filhos de Oxossi. Mas a título de referência, de acordo com a minha experiência, tentarei esmiuçar abaixo de acordo com as minhas experiências:

Caboclos de Oxalá
Alguns caboclos que atuam nessa vibração são Pena Branca, Águia Branca, Urubatão da Guia, Tupã, Aimoré, Caboclo do Sol.

Caboclos de Iemanjá
Entre os caboclos mais conhecidos dessa vibração estão Jurema da Praia, Iara, Ondina, Jandira, Jacira, Caboclo da Lua, Beira-Mar, Ubirajara.

Caboclos de Ogum
Alguns deles são: Rompe-Mato, Beira-Mar, Pena Vermelha, Quebra-Ferro, Rompe-Ferro, Sete Estradas, Sete Lanças, Sete Escudos, Sete Ondas.

Caboclos de Xangô
Seus brados de guerra são muito intensos e breves.
Entre alguns caboclos estão Treme-Terra, Cachoeira, Mata Virgem, Rompe Pedra, Sete Pedreiras, Pedra Branca, entre outros.

Caboclos de Oxóssi
Alguns caboclos que atuam sob a égide de Oxossi Guaraná, Jurema, Sete Encruzilhadas, Sultão das Matas, Araribóia, Cobra Coral, etc.

Caboclos de Oxum
Alguns caboclos que já presenciei de Oxum são Pena Dourada, Iracema, Indaiara, Jandira, Jurema dos Rios, etc.

Caboclos de Obaluaie
Alguns caboclos da linha de Obaluaie/Omulu são Arranca-Toco, Vira-Mundo, Urutu, etc.

Caboclos de Iansã
Trazem consigo a vibração da Guerra, oriunda de Iansã e manipulam muito bem o elemento AR oriundo de sua Vibração Original que é Iansã, são muito versáteis, alguns falam bastante, gesticulam muito, outros nem tanto.
Alguns caboclos são: Ventania, Vira-Mundo, Caboclo do Vento, existe também o Caboclo Sete Flechas que atuam originalmente nas Sete Vibrações, porém o número de filhas de Iansã que presenciei trabalhando com esse caboclo é muito grande.
Algumas vibrações como Nanã, Oxumaré, geralmente transmitem aos seus filhos boiadeiros, eu disse geralmente, existem poucos caboclos que atuam sob essas vibrações, por exemplo, os e Oxumaré, podemos presenciar o Sr. Cobra Coral, Arariboia que também possuem vibração na Linha de Oxóssi, os de Nanã, nunca pude presenciar.
Geralmente essa linha é evocada na abertura, para limparem a casa de todos os malefícios que eventualmente ali adentram, em minha opinião, é a linha de maior poder espiritual que atua sobre a egrégora da Umbanda, em outras palavras, em termos de força guerreira; É uma linha que respeito muito e acho de ilibada importância para os trabalhos umbandistas.

Outro aspecto importante que já vi acontecer em terreiros, é o médium de qualquer forma querer ter um cacique, vale salientar aqui que em nem todos os casos, o cacique é o que possui maior luz, maior hegemonia sobre os trabalhos, vale lembrar que o tempo de trabalho e a intensidade do trabalho de uma entidade é o que determina seu conhecimento, experiência e nível evolutivo, e como eu sempre digo, cada qual na sua função. Nas tribos existiam diversos cargos, como os guerreiros, entre eles, havia o seu chefe de Guerra, os Xamãs, que em algumas tribos também são conhecimentos como pajés, que eram os curandeiros da tribo, muitos eram conselheiros e exímios manipuladores de energia, tinha os vigias, os caçadores, entre outros grandes cargos dentro de uma mesma tribo. O seu pode não ser cacique, pode não ter o penacho até o chão, mas isso no mundo espiritual nada quer dizer, mais vale o grau evolutivo e a forma altruísta de trabalho do seu caboclo ao tamanho do seu penacho. Eu já trabalhei com quatro caboclos, dentre eles, apenas o Sr. Pena Branca era cacique, o meu chefe de ori, Sr Urubatão da Guia era um xamã entre os peles-vermelhas, o caboclo do Sol um curandeiro e feiticeiro e o Rompe-Mato um guerreiro austero.
Essa é a linha de caboclos, sempre solicitados nas demandas, sempre solicitados quando é necessário a Ordem na Casa e geralmente são os chefes de congas nos terreiros de umbanda, o guia representante da vibração do seu médium e o responsável pelo comando da corrente umbandista de seu filho.
E ao contrário do fundamento de muitos dirigentes, em minha opinião, sem caboclo não se tem Umbanda, seja quimbandeiro, sejam indios, sejam os bugres, erus, caboclo pra mim constitui o pilar principal dos templos umbandistas, a prova disso é que a maioria leva o nome de caboclo
Saravá a Linha de Caboclos.