Qual a missão dos Boiadeiros na Umbanda?
Nos trabalhos de Umbanda os guias espirituais costumam chamar seus médiuns de cavalos, justamente para explicar que o espírito não “entra” no corpo da pessoa, mas apenas encosta nela.
Ou como dizem os boiadeiros: “monta nela”… O espírito comanda os movimentos dessa pessoa como se estivesse atrelado a ela e, por isso, o médium atua como um cavalo. Já o Exu chama o trabalhador de burro, brincando com o fato de o médium ser teimoso como um! A função da falange dos boiadeiros num grupo espiritual é a de organizar os eguns (almas penadas) e de limpar a aura dos participantes do passe.
Eles também são muito bons em trabalhar com animais desencarnados, encaminhando-os para as Colônias Espirituais de refazimento.
Como o boiadeiro é um espírito compenetrado, que trabalha na chuva e no sol, para cumprir sua meta; ao morrer é recrutado para prosseguir trabalhando, pois sua lealdade e dedicação são reconhecidas pelos Chefes de Falange.
Os boiadeiros normalmente servem às Linhas de Ogun e de Oxóssi ou de Ogun Rompe Mato (São Jorge, São Sebatião e Santo Expedito, respectivamente). Justamente pela semelhança com os centuriões romanos que foram santificados e que montavam seus cavalos para irem às batalhas.
A saudação aos boiadeiros é: “Xetro Marrumbaxetro, Xetro ah!” ou “Minaketo Navizala!” O boiadeiro gosta de fumegar seu cigarro de palha ou seu charuto e de beber sua bebida, com os quais faz a limpeza no ambiente e nos médiuns da casa; mas sem se embebedar ou prejudicar o médium que o incorpora.
Quem tem um boiadeiro nunca fica desamparado no dia a dia, pois este atua continuamente na proteção de seu assistido e de sua casa. Os boiadeiros podem ter sido em vida: vaqueiros, condutores de gado, peões ou capatazes, auxiliares de rodeio, entre outros; e entendem perfeitamente sobre a lida no campo, nas fazendas e nos currais. Por isso, auxiliam com habilidade aqueles que trabalham junto à natureza.
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A Gira de Caboclo
Ao ouvirmos o brado de um Caboclo na sua chegada, em verdade estão convocando toda a sua falange para mais um trabalho caritativo, já que o amor a humanidade é a razão maior de sua missão na Umbanda. Desta forma, trazem das matas o magnetismo das ervas para os tratamentos espirituais, para que nenhum mal possa atingir os assistidos que seguem sempre seus ensinamentos. Com uma postura pujante, demonstra a necessidade da firmeza nos altos e baixos da jornada terrena, transformando através de limpezas espirituais, de reabastecimentos energéticos e de orientações o olhar daqueles carentes do corpo e da alma.
Especialidades: Atuam nos campos material e espiritual através da utilização das mais variadas formas de magnetismo, em especial do vegetal, seja com limpezas e irradiações, além dos aconselhamentos em geral.
“Que vossas mentes irrequietas e vossos corpos ansiosos possam vos fazer dignos, não só de adentrarem neste ambiente sagrado, mas sobretudo, de mantê-lo adequado e digno do trabalho grandioso que aqui se faz”.
Despachar Esú e seus significados.
Um dos atos mais comuns a todas casas de candomblé é o que chamamos de “despachar Esú”, que tem como função comunicar-se com o mensageiro dos orisá’s garantindo assim boa sorte e equilíbrio.
Não podemos confundir o ato com o ritual do Ipadè, que é um encontro de respeito e reverência a Esú e ancestrais, assim como a outras divindades. Falaremos sobre isso em outro post.
No meu entendimento, sabiamente os ancestrais buscavam a harmonia entre o caos, que apesar de muitas vezes assustador, também cria caminhos novos, e a ordem que, estabelece a permanecia e reprodução dos ensinamentos, assim preservando o conhecimento, e o que já temos de valor espiritual e material em nossas vidas.
A quartinha de barro representa o corpo da comunidade, e a troca de água é um ato limpeza energética para todos.
A farinha de dendê é o que apazigua a fome do caminho.
A farinha de mel aquece e fortalece.
A farinha de água esfria os conflitos, a doença e a morte.
São todos eles símbolos centenários de resistência e fé do nosso povo. Geralmente é usada a farinha de mandioca como base desse ritual, que é originária das Américas, mas que hoje já existe em outras partes do mundo, e foi mais um ponto de adaptação por parte dos nossos ancestrais.
Ogun apoia
O corajoso
O que fala cara a cara
O que não se esconde atrás de ninguém.
O que vai fala e resolve não fica fazendo charminho não,aliás não tá com esta bola toda não.
O que não arruma desculpa, pra nada
O que de fato arruma e encara seu problema de frente sem arrumar desculpas.
Aquele que sabe se assumir diante de qualquer situação.
Que o grande pai é grande guerreiro Ogún abençoe a todos
Livrando você dá
Falsidade diária.
De gente frustrada e infeliz.
Da inveja da sua relação amorosa
Daquele e daquela ex chato.
Daqueles que te fazem famoso e não te esquecem.
Daqueles que queriam ter a coragem que você tem pra poder viver o que quiser.
E daqueles que, quando estão com você não te valorizam depois que te perdem ficam correndo atrás querendo dar uma de vítima.
REVERENCIE O SAGRADO, ELE NÃO É SUA BENGALA!
Já presenciamos muitas pessoas que chegam até o nosso terreiro pedindo, que o sagrado salve seu casamento, seus negócios, sua vida. O sagrado não é isso! O sagrado merece respeito, reverência e toda nossa proteção. Não deixe que a Umbanda se torne a sua bengala. A Umbanda não trabalha sozinha. É preciso que se faça um trabalho em conjunto, afinal “o protetor protege e o protegido zela pelo protetor”. A Umbanda e todo o seu mistério não vem aos nossos terreiros praticar o mal, amarrar pessoas, sacrificar nossas vidas e muito menos resolver nossos problemas. Umbanda auxilia, mostra caminhos, pratica caridade, demonstra sua fé e protege nossa natureza de todo mal. A Umbanda respeita o nosso livro arbítrio e por isso nos deixa a vontade pra seguir nosso caminho, mas sejamos responsáveis em assumir todas as consequências sejam elas boas ou ruins.
Respeite isso! Sinta isso!
SEJA UMBANDISTA DENTRO E FORA DO TERREIRO!
O sagrado merece nosso respeito por ele e por tudo aquilo que ele representa.